sexta-feira, 25 de maio de 2012

Desde então o tempo...




Desde o Éden o homem tem procurado vencer o tempo, tentando apressá-lo, no caso das esperas; encurtá-lo, diante do sofrimento; estendê-lo na felicidade ou até mesmo esquecê-lo, segundo a vaidade humana. No entanto, desde o Éden o homem tem perdido a batalha.
Pode-se dizer que o tempo é uma das poucas verdades universais que conhecemos, aliás, ele é o que condiciona - senão todas - a maioria delas, tais como dia, noite, nascer, envelhecer e até mesmo a morte.
As pessoas costumam acreditar que podem regular o tempo pelo simples fato de saber das horas e, acreditam também que nessa interpretação errônea de regular o tempo, regularão também a vida.
Há quem diga que o tempo é inimigo implacável, pois impõe ao homem seus limites, o seu correr de pressa, sua passagem rápida do ponto de vista daqueles que consideram o tempo como “Aquele que não espera”. Mas há também os que o veem como o grande remediador das feridas da alma e consolador dos corações marcados. Pode-se dizer que desde o Éden, o tempo também tem nos aliviado. - Notamos ainda que quando nos referimos ao tempo desde o Éden, percebemos que o homem e não o tempo é que é transitório. Somos se comparados com a grandiosidade das obras do tempo, o que realmente há de efêmero na história humana.
Olhemos então para o tempo não como mero amontoado de números do calendário, ou como horas, minutos e segundos cronometrados. Olhemos tudo em volta e o vejamos não como apenas o guia da cronologia da existência, mas também, como o grande roteirista da vida. 

"Uilton David Santos"

sábado, 5 de maio de 2012

A sétima canção



E hoje não haverá poesia;
hoje não haverá lua,
não haverá regresso...
Hoje haverá apenas eu
sangrando...
Hoje não haverá promessa,
não haverá espera,
não haverá tempo...
– O que é o tempo? –
Hoje haverá apenas o silêncio
me chamando...
E hoje não haverá pecado,
não haverá prece;
não haverá o que perdoar
e por mais que eu venha a errar,
sempre haverá Deus
me amando...

"Uilton David Santos"