terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ao boiadeiro da minha infância

(Para vovô Inácio)


Lá bem longe, bem distante,
bem ao pé daquela serra,
escuta-se um canto triste
que não parece dessa terra.

Um canto de despedida,
o boiadeiro que vai embora,
na sela do seu cavalo,
um coração sangrado à esporas.

Vai cantando ao seu gado,
uma canção que escuto e choro,
no berrante vai penoso
- e ao teu encontro não demoro.

Hei de ver-te como eras,
e o chapéu que não tiravas,
então iremos á velha cerca
que na infância me levavas.

Perguntarei as mesmas coisas
e me contarás mais uma história;
te direi que ainda espero,
ainda o tenho na memória.

Me deixastes muito cedo
e desde cedo eu já sentia,
que cresceria na tua ausência
e sem teu colo eu viveria.

Faz muito tempo que não o vejo
e ainda lembro da partida,
lembro o que era o teu sorriso
e a dor que foi a despedida...

Lá bem longe, bem distante,
bem ao pé daquela serra,
escuta-se um canto triste
que não parece dessa terra.

Trilha sonora da minha vida,
meu boiadeiro que foi embora,
na sela do seu cavalo
- meu coração que ainda chora.

"Uilton David"

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da escrita.Sensacional.

Anônimo disse...

q lindooo *--* perfeitoo :) parabens

blogger leandro milhomem disse...

legal gostei. parabens

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